A participação das crianças marcou com energia a oficina de Hortas na Tapera, no Sul da Ilha


O ciclo de oficinas Saber na Prática chegou ao Sul da Ilha neste ano com o tema “Hortas Agroecológicas”. O curso foi realizado no Conselho Regional de Assistência Social – CRAS da Tapera no dia 6 de maio.  Estiveram presentes cerca de 35 pessoas, que observaram atentamente as instruções dos engenheirxs agrônomxs Karina Smania de Lorenzi e Ícaro Pereira, da equipe técnica do Cepagro.
texto e foto – Nando Lisbôa

Na oficina foram trabalhados diversos aspectos da montagem de um canteiro agroecológico: como colocar a terra, que tipo de húmus deve ser usado e outras orientações técnicas.  A Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF) auxilia a iniciativa do Cepagro  através do Programa de Apoio a Projetos.

Os agronomxs recebem atenção e curiosidade pelo tema da oficina: Hortas Agroecológicas


“Mas se plantar uma moeda de um real aí,  vai nascer árvore de dinheiro?”. A pergunta foi respondida com risadas de toda a plateia. “Vai sim!”, disse Nina, 12 anos, que veio acompanhada do avô e do irmão. Foi nessa clima descontraído e amigável, com a participação de homens e mulheres, jovens e adultos da comunidade local, que aconteceu a oficina. As crianças deram um toque a mais no clima alto astral.

A oficina foi iniciada com apresentação dxs participantxs uns aos outros, e logo todos estavam integrados trocando ideias, conhecimentos  e informações sobre experiências anteriores à oficina.   Após as apresentações, Karina e Ícaro explicaram o passo a passo:
1 – Montagem dos canteiros: os canteiros mandalas são preparados com muita palha. “Pode deixar 20cm  de palha” diz Karina ajeitando junto com os alunos o mato seco espalhado. “Se à gente colocar muito pouco , em 15 dias esse canteiro vai ficar baixinho demais, tem que colocar bastante palha pra ele se sustentar no solo” explica Ícaro.

2 – Preparação com composto: “Agora já temos o canteiro, agora a gente vai preparar os berços que são as covinhas para as mudas de planta” explicam os palestrantxs. Nessa etapa, são abertos buracos na palha, que não podem ser muito rasos nem estreitos, para ficarem cheios de nutrientes. “A  planta vai se alimentar dos nutrientes, por isso tem que ter bastante adubo, isso explica buracos grandes para caber bastante”, esclarece Ícaro.

O canteiro com buracos largos preenchidos com o adubo,  para o crescimento das mudas.


3 – O tipo de composto: o composto utilizado na oficina é resultante da decomposição de resíduos orgânicos, folhas e palha. Mas, “se pode usar esterco de curral, galinha e até de cavalo”, diz Ícaro. Ao mencionar “esterco de cavalo”, logo surge a dúvida:
Mas esterco de cavalo não é muito ácido?
Desde que seja bem curtido não tem problema. Dá para usar também, responde Ícaro. 

 4 – O plantio: as mudas são transplantadas para o canteiro. “Nunca plante com saquinho, senão ela fica pequenininha e não vai crescer”, ressaltam os facilitadores. Esse foi o momento em que mais se trocou informações, os conhecimentos dos agronomxs e todo domínio de tecnologia que possuem foram repassados aos participantes. Mas também houve o caminho inverso, quando o conhecimento popular veio à tona, ensinando técnicas e práticas intuitivas sob domínio dos nativos da ilha.

5 – Regue a vida: o quinto passo é simples, colocar água!

6- Calçamento: Coloque se possível tijolos em volta, isso ajuda a sustentar os canteiros.

Colocar tijolos em volta ajuda a firmar os canteiros


“Os canteiros também podem ser usados como ornamentais”, disse Ícaro Pereira, que se referia ao uso dos canteiros na jardinagem, com espécies ornamentais, como flores. Se olhar a galeria abaixo não há como negar que fica lindo!

Acompanhe o blog e a fanpage do Cepagro para saber mais sobre as próximas oficinas e atividades. Para mais informações sobre o projeto, escreva para sabernapratica.cepagro@gmail.com.