A Revolução dos Baldinhos participou no último sábado, 11 de novembro, do 1º Seminário de Sensibilização para o Associativismo e Cooperativismo promovido pelo Programa de Promoção do Acesso ao Mundo do Trabalho (Acessuas Trabalho) em Lages (SC). O evento foi voltado para mulheres trabalhadoras da região da Associação dos Municípios da Região Serrana (AMURES) e reuniu cerca de 200 pessoas. “Promovemos este Seminário porque sentimos a necessidade de instigá-las a trabalhar na lógica do associativismo e da economia solidária, além de empoderá-las para que se sintam capazes de formar grupos”, afirma a psicóloga Maria Rita Werner, do ACESSUAS Trabalho, responsável pela organização do evento.

Ana Karolina da Conceição apresenta a Revolução dos Baldinhos durante o Seminário.


Ao lado de agricultoras e representantes de grupos de mulheres artesãs e profissionais da assistência social, Ana Karolina da Conceição, uma das coordenadoras da Revolução dos Baldinhos, apresentou a experiência do projeto e falou sobre a formalização da cooperativa de gestão de resíduos orgânicos que elas estão levando a cabo. Na roda de conversa mediada pela técnica em Agroecologia Carolina Couto Waltrich, da equipe do Centro Vianei de Educação Popular, brilharam as histórias de superação daquelas mulheres, que através da organização em grupos conseguiram transpor os desafios como baixa renda e desigualdade de gênero para materializar seus sonhos e conquistar mais autonomia e qualidade de vida.

Dirlei Conceição Luiz faz parte da Associação de Mulheres do Cruzeirinho, no município de Cerro Negro (SC). que reúne 12 famílias desta comunidade. Com apoio do Centro Vianei de Educação Popular, as mulheres do Cruzeirinho acessaram uma linha de crédito para construir estufas de produção de hortaliças, que elas certificam através da Rede Ecovida e entregam na alimentação escolar do município.


Belmira Antunes da Cruz integra um grupo de mães da Comunidade Santa Terezinha do Boqueirão, em Lages. Juntas, elas produzem peças de crochê que são vendidas em feiras, além de produzirem hortaliças agroecológicas, comercializadas também em feiras e entregues na alimentação escolar do município. “Tem dia que algumas não vêm porque o marido não deixa, mas a gente continua!”, conta Belmira.


Karol: a Revolução dos Baldinhos mudou a autoestima dela e também da Comunidade Chico Mendes.


Reunir, produzir, comercializar: de peças de crochê a hortaliças agroecológicas, passando pelo “ouro negro” do adubo produzido a partir de resíduos orgânicos, os relatos de experiências mostraram o impacto positivo para a renda e a autoestima das mulheres  quando elas resolvem trabalhar unidas. No caso da Revolução dos Baldinhos, “o projeto mudou também a autoestima do meu bairro”, afirma Ana Karolina, moradora da comunidade Chico Mendes, uma das mais socioeconomicamente vulneráveis de Florianópolis.