Na manhã desta quinta-feira, 14 de junho, o Cepagro realizou uma oficina de horta agroecológica no Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) do bairro Capoeiras, em Florianópolis. A oficina foi uma ação do projeto Misereor em Rede, que trabalha a segurança alimentar e nutricional voltada para os consumidores, e foi facilitada pelos agrônomos Karina Smania de Lorenzi e Ícaro Pereira, da equipe de Agricultura Urbana do Cepagro.
A atividade se dividiu em três momentos: apresentação, reconhecimento do entorno e montagem da horta. Na roda de apresentação, os facilitadores explicaram um pouco sobre a dinâmica de uma horta, como o melhor posicionamento em relação ao sol e quais os nutrientes necessários para que as plantas se desenvolvam.
Em seguida, as/os 18 participantes caminharam em torno do CRAS prestando atenção nas plantas que crescem no terreno e coletando mudas para montar a horta. A psicóloga do CRAS Capoeiras, Alvira Bossy, ficou surpresa com a quantidade de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) que crescem no terreno. “Eu ia pedir pra roçar tudo achando que era capim”, conta. Ela também pensou em jogar fora tocos de madeira e galhos que, no fim, foram usados para montar a horta em espiral.
Depois do reconhecimento das plantas que crescem no terreno e de trocas de receitas, foi a vez de colocar a mão na terra. Com tocos de madeira e tijolos usados, a horta foi tomando forma. O cepilho e a terra adubada vieram logo em seguida, como alimento para as mudas. Entre flores, hortaliças e temperos, a horta ganhou forma, cor e cheiro.
Convidado pelas funcionárias do CRAS, Policarpo Neto, morador do bairro Capoeiras, se interessou pela oficina e trouxe algumas mudas para contribuir com a horta. Ele tem horta em casa onde cultiva e se alimenta de hortaliças orgânicas. Com a oficina aprendeu algumas técnicas que não conhecia, “eu estou tendo problemas com borboletas na minha horta, agora eu aprendi como fazer para espantar”, conta.
Os Centros de Referência em Assistência Social possuem alguns eixos de atuação e um deles é o de fortalecimento de vínculos. Para a psicóloga do CRAS Capoeiras, Liliana Budag Becker, a horta dentro do CRAS tem justamente a função de fortalecer os vínculos de convivência, não só do centro com a comunidade, mas entre os próprios moradores. Para o Diretor Presidente do Cepagro, Eduardo Rocha, ter uma horta nesse ambiente é benéfico porque não trabalha somente a questão alimentar, mas a interação entre as pessoas. “A conversa ao redor da horta não é somente sobre o plantar, mas sobre tudo o que envolve o alimento, como memórias de infância, por exemplo”.

Mais hortas serão construídas no local: “a ideia é que seja uma oficina permanente onde grupos de moradores e de outras instituições possam colaborar com a manutenção da horta”, explica Liliana. A psicóloga contou ainda que, às vezes, as pessoas vêem o espaço público como um local abandonado, e a horta traz a ideia de que os cidadãos também podem contribuir com o cuidado e manutenção desses espaços.
Por fim, a vice-presidenta do Cepagro, Erika Segae, agradeceu a participação dos presentes e a parceria com a Comcap e o Sesc que contribuíram com materiais para a oficina.