"A fome não é natural. É um fenômeno social, produto de estruturas econômicas defeituosas”

A frase de Josué de Castro ecoou na última terça-feira, 19 de julho, durante o lançamento da Frente Parlamentar de Segurança Alimentar e Nutricional na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). No centro do debate estava a fome, que já atinge mais de 33 milhões de brasileiros. Sabemos que Santa Catarina não é nenhuma exceção, apesar da falta de dados para dimensionar o tamanho do problema – o que também se caracteriza como um problema.

Desigualdade social, injustiça tributária, desvalorização do salário mínimo, ausência do Estado e desmonte de políticas públicas foram alguns dos pontos – estruturantes e conjunturais – apontados como agravadores da fome.

Ou seja, a fome é política, como afirmaram muitos dos/as presentes no lançamento, entres eles/as representantes do Movimento da População de Rua, da Agricultura Familiar, da população Guarani e de conselhos de Nutrição e Segurança Alimentar e Nutricional.

Como afirmou a Diretora-Presidenta do Cepagro, Gisa Garcia, a promoção da SAN passa não apenas por garantir orçamento para o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) e pela promoção da agricultura de base agroecológica, mas também por “onerar aqueles que estão à frente da destruição: as corporações das sementes, dos agrotóxicos, fertilizantes e dos alimentos ultra-processados”.

A partir de agora, com a coordenação do Deputado Fabiano da Luz (PT), a Frente irá planejar um cronograma de trabalho buscando atender as demandas levantadas pelo grupo, que vão desde questões orçamentárias e tributárias, a levantamento de dados sobre a insegurança alimentar no estado e adesão dos municípios ao SISAN.

A fome é política e tem pressa! As ações do Cepagro em incidência política têm o apoio da Misereor.

Fofografias: Rodolfo Espínola (Agência AL) e Clara Comandolli (Cepagro).