Com o lema “De geração em geração, Sementes Crioulas Sim! Transgênicos Não!”, a 18ª Feira Regional de Sementes Crioulas Crioulas da Agrobiodiversidade reuniu mais de de 100 famílias guardiãs de sementes vindas de 56 municípios do Paraná e de outros nove estados brasileiros, além de 10 comunidades quilombolas e cinco aldeias dos povos Guarani e Kaingang. Estima-se que mais de 4 mil pessoas passaram pela Feira.

A Feira aconteceu entre os dias 16 e 17 de setembro em Irati (PR) e foi organizada pelo Grupo Coletivo Triunfo, contando com apoio da Prefeitura Municipal e Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Irati, da Rede Sementes da Agroecologia e assessoria da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia. Segundo o técnico da ASPTA André Jantara, o evento tem como objetivo reforçar a integração do trabalho de conservação da agrobiodiversidade realizado pelas famílias agricultoras guardiãs das sementes crioulas. 

O Cepagro participou com duas técnicas da entidade, 3 agricultoras assentadas da reforma agrária, 2 consumidores da CCR, e 1 mestrando do curso de pós graduação em Agroecossistemas e 2 graduandas do curso de Educação do Campo, ambos integrantes do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Agroecologia da UFSC. “O intercâmbio permite a diferentes públicos vivenciarem uma experiência intelectual e cultural diferente da sua, além de proporcionar redes de contato e trocas de saberes, e o projeto Misereor em Rede promove essa aproximação. Além de toda diversidade de espécies de sementes, podemos conhecer os produtos de seus frutos, como vinho artesanal orgânico, geléias, sucos e sorvetes”, explica Gisa Garcia, uma das agrônomas do Cepagro que esteve na Feira.

O evento também ofereceu oficinas como meliponicultura, processamento de frutas nativas e processamento de farinha de milho crioulo. Também foi debatido o acesso a uma alimentação saudável no seminário “Alimentação Saudável”

Além das vivências e aprendizados, a comitiva da Grande Florianópolis trouxe diversas variedades de sementes de milho, feijão, hortaliças e verduras que foram distribuídas a famílias agricultoras e comunidades guarani.

Para mim foi foi muito importante e interessante , porque apesar de morar num assentamento, eu nunca tinha participado de uma feira desse nível. Foi gratificante ver tantas pessoas lá, dá um alívio no coração, uma sensação que a gente não tá sozinho pensando na questão da agroecologia, dos orgânicos. Não sabia que tem essa proteção aí na questão das sementes, foi uma enxurrada de informações que a gente teve, contato com várias diversidades de sementes e eu trouxe isso para cá, pro assentamento. Comprei sementes, ganhei algumas e vejo a importância de a gente realmente cuidar e armazenar bem as nossas sementes agroecológicas.
Luzia Maria Cabreira, agricultora do assentamento Comuna Amarildo de Souza, em Águas Mornas.  

Para mim foi uma experiência muito boa, estar ali na Feira das Sementes , porque você aprende mais com os agricultores. Você acha que você planta de tudo, mas quando chega numa Feira dessas que tem vários agricultores, que plantam bastante diversidade, até te anima na produção e a plantar mais e cuidar mais das sementes. Para mim foi muito gratificante estar nessa feira. Aprendi bastante com os agricultores e é uma experiência para vida, do Agricultor para produzir mais e cuidar mais da semente.
Maria Erivânia dos Santos, agricultora do assentamento Comuna Amarildo de Souza, em Águas Mornas.