Mais do que promover atividades de educação ambiental e alimentar, as hortas pedagógicas têm o potencial de transformar a paisagem escolar, trazendo mais vida para o ambiente de ensino-aprendizagem. É isso o que nos mostra o projeto Educando e Transformando com a Horta, desenvolvido pelo Cepagro em duas escolas de São José, entre elas o Centro Educacional Municipal (CEM) Professora Amélia Inácia de Medeiros Ludwig.

Inaugurada em novembro de 2020, a escola passou a compor o projeto em 2022 e em menos de dois anos passou por uma grande transformação. O que era gramado, se transformou em um verdadeiro laboratório a céu aberto, uma extensão da sala de aula, onde são cultivadas plantas alimentícias, medicinais e aromáticas, mas principalmente aprendizados. Além da beleza estética que os canteiros proporcionam, também atraem pássaros como beija-flores, canários, sanhaços, tico-ticos, oferecem abrigo para pequenos répteis, anfíbios e insetos benéficos e polinizadores como besouros, borboletas e  a abelha nativa sem ferrão arapuá, importante para a conservação da biodiversidade local.

Segundo a Diretora Juliana Prudêncio, a comunidade escolar do CEM Prof. Amélia ganhou muito mais do que atividades de educação ambiental e alimentar. “O projeto do Cepagro veio ao encontro de muitos objetivos que nós tínhamos quando chegamos e a escola havia sido recentemente inaugurada. Tínhamos somente gramado e, com a vinda do projeto, hoje a gente tem um pátio vasto em espécies de hortaliças, legumes e árvores. E nossos alunos hoje têm uma visão um pouco mais consciente sobre a preservação ambiental e sobre o descarte e reutilização de resíduos. O engajamento deles nas aulas práticas, no cuidado da horta, é muito encantador. O Henrique e a Karina transformaram muito positivamente a nossa escola”, conta. 

Os alunos e alunas participam ativamente desta transformação, assumindo um senso de pertencimento e responsabilidade com a escola, como conta Karina Smania de Lorenzi, que compõe a equipe do Cepagro é uma das Agrônomas Educadoras do projeto: “O espaço foi transformado pelos estudantes que planejaram os locais dos canteiros, decidiram os formatos que teriam e os materiais que seriam utilizados para construí-los. A partir do conhecimento do calendário agrícola, também fizeram a escolha dos plantios de acordo com a estação do ano. Alguns professores também tiveram a iniciativa de utilizar suas aulas para fazer o plantio de árvores nativas e as funcionárias da limpeza aproveitaram o espaço para fazer um canteiro de chás”.

A aluna do 5º ano, Vitória Gabrielly Petry de Souza, foi percebendo a mudança no pátio da escola ao longo do tempo.  “Quando a gente começou a estudar aqui, não tinha nada, só grama. Daí o nono ano começou a participar do projeto com o Cepagro e no ano passado a nossa turma começou a plantar também e agora a escola já está desse jeito. Eu gostei bastante de fazer parte disso, eu aprendi que quando a gente planta, é como se fosse uma terapia porque a gente exercita a paciência também, de ver as plantas crescerem”.

E a escola ganhou ainda mais vida no último dia 22 de setembro, com a instalação de um mural inspirado no projeto. A pintura do mural foi uma atividade organizada pela escola, contou com a orientação dos artistas Juan Mandala e Diego Rocha, do Coletivo Espaço Tempo e a arte escolhida foi da aluna Júlia Bertella Tiago, do 8º ano, a partir da vivência da turma no projeto.

O projeto Educando e Transformando com a Horta é desenvolvido pelo Cepagro com o apoio e patrocínio do Instituto MRV.