Uma Horta Pedagógica só cumpre plenamente a sua função quando a gestão escolar reconhece o seu potencial e quando os professores e professoras da escola a incorporam em suas disciplinas e dinâmicas. É por isso que, nos últimos meses, o Cepagro vem realizando a Formação Continuada Educando com a Horta com profissionais da Rede Municipal de Educação de São José. Ministrada pelos técnicos e educadores do Cepagro, Karina Smania de Lorenzi e Henrique Martini Romano, a formação contou com o apoio da Secretaria Municipal de Educação e foi dividida em três módulos principais: gestão de resíduos e compostagem, horta pedagógica e educação alimentar, eixos que compreendem a metodologia de hortas pedagógicas desenvolvida pelo Cepagro.
Iniciada em abril, a formação encerrou na última terça-feira, dia 14 de novembro. Ao longo destes 8 meses, em aulas presenciais práticas e teóricas, Karina e Henrique compartilharam conhecimentos sobre como aliar a horta pedagógica a diferentes disciplinas, combinando o calendário agrícola ao escolar e desenvolvendo juntos exemplos de atividades que podem ser realizadas com os alunos e alunas.
Conforme explica Henrique Martini Romano, a formação foi estruturada de forma que os/as professores/as pudessem aplicar os conhecimentos aprendidos em cada módulo em suas práticas pedagógicas, fazendo um relato da experiência no módulo seguinte.
A professora Beatriz Pereira, que leciona biologia nos Centros Educacionais Municipais (CEM) Santa Terezinha e Vila Formosa foi uma das 12 educadoras participantes. Para ela, “a formação foi muito importante não só pelos conhecimentos repassados pela Karina e Henrique em relação às hortas agroecológicas, porque eu tive poucas experiências com agroecologia e educação ambiental na minha formação, mas também em relação à prática pedagógica, na diversificação das aulas. Depois de um tempo, a gente fica muito presa aquela forma de trabalhar que a gente já faz e já conhece e até com um pouco de receio de tentar novas coisas e eu acho que com a Karina e com o Henrique a gente começa a explorar novas coisas e vê que dá certo”.
A Assessora de Educação Ambiental na Secretaria de Municipal de Educação de São José, Ana Paula Dores Ramos, também participou da formação e conta que a secretaria apoiou a realização da formação pelos diversos benefícios que a metodologia de hortas pedagógicas pode oferecer, entre eles: (1) experiência prática que permite aos educadores a aplicação de conceitos teóricos o que estimula uma aprendizagem mais significativa; (2) a integração curricular pois todos os componentes curriculares podem utilizar a horta como experimento de técnicas educacionais interativas; (3) a aprendizagem colaborativa que permite o trabalho em equipe e desenvolvimento de uma comunicação eficaz e de habilidades sociais; (4) a sensibilização sobre o meio ambiente já que a compostagem de resíduos sólidos orgânicos resolve um grande problema ambiental que é a produção de gases do efeito estufa na decomposição fermentativa que ocorre quando este tipo de resíduo vai para o aterro sanitário; (5) e sobre o ciclo do alimento humano e a alimentação saudável.
“Participar de uma formação continuada como ‘Educando com a Horta’ não apenas fornece conhecimentos práticos sobre agricultura, mas também oferece oportunidades valiosas para que os educadores da rede municipal de ensino desenvolvam habilidades pedagógicas, com as quais possam promover a aprendizagem significativa e o fortalecimento de laços entre a escola e a comunidade”, conta Ana Paula.
Os encontros aconteceram no Centro Municipal de Educação Ambiental Escola do Mar, na Escola Municipal do Meio Ambiente e no CEM Professora Amélia Inácia de Medeiros Ludwig, unidades educativas que apoiam ou participam do Projeto Educando e Transformando com a Horta em São José, realizado pelo Cepagro com o patrocínio do Instituto MRV e apoio da Secretaria Municipal de Educação de São José. Iniciado em 2020, o projeto termina neste ano e a formação é uma forma de incentivar que a horta siga fazendo parte da rotina escolar das unidades educativas participantes e seja adotada por mais escolas do município.
