Por André Ganzarolli – equipe técnica/Cepagro
Atestando a força e importância crescente da Agricultura Urbana no país, ocorreu nos últimos dias 21 a 24 de outubro na cidade do Rio de Janeiro o primeiro Encontro Nacional de Agricultura Urbana, reunindo mais de 500 participantes vindos de todas as regiões do Brasil, durante quatro dias de debates e muitas trocas. A delegação catarinense, composta por 17 integrantes definidos no último Encontro Estadual, marcou presença, participando ativamente das diversas atividades do encontro, desde a montagem dos espaços até a participação em debates, feiras e espaços para socialização de experiências.
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Com ênfase em variados espaços de diálogo, o Encontro obteve várias repercussões. Internamente, fortaleceu a motivação e maturidade de muitos grupos e iniciativas de Agricultura Urbana, principalmente pela troca de conhecimentos proporcionada pelas várias atividades de diálogo, mas também pela grande comercialização e troca de diversos produtos, mudas e sementes ocorridas na feira permanente instituída no Encontro.
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Politicamente, o Encontro gerou encaminhamentos importantes. Uma carta política foi criada e como resultado dos diversos debates do encontro (incluindo o diálogo entre sociedade civil e governo de diversas esferas), criou-se uma importante pressão política para incluir e expandir a AU em projetos de financiamento do governo, desde de projetos de crédito e regularização até projetos de assistência técnica. O canal para isso na esfera federal será a inclusão/expansão da Agricultura Urbana no PLANAPO (Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica), instituído pelo MDA.
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Entre os debates ocorridos pelo Encontro, uma ideia bastante defendida é que a Agricultura Urbana tem muito a contribuir para o movimento ainda maior de reforma do modelo urbano, sendo estratégica a sua aliança com outros movimentos de mudança nas cidades, como os por luta por moradia, transporte e parques públicos, economia solidária, entre outros. Também foi dado o recado ao governo que a Agricultura Urbana tem na sua essência um forte carácter social e de movimentos de base, oposto ao domínio do capital privado, e deve se constituir de princípios agroecológicos, totalmente contra o uso de agrotóxicos e cultivos transgênicos.
Participaram da delegação catarinense representantes dos seguintes coletivos e entidades: Quintais de Floripa, Coletivo Pátios Amigos, Revolução dos Baldinhos, Camping do Rio Vermelho, Box de Orgânicos do CEASA 721, Associação de Agricultura Urbana de Joinville, Associação de Mulheres Camponesas do Oeste, Associação de Trabalhadores de Materiais Recicláveis e Resíduos Sólidos da Palhoça, União das Associações Comunitárias de Xanxerê, UNEAGRO (Câmara Setorial de Agricultura Familiar), CONSEA/SC, CEPAGRO e Coletivo Nacional de Agricultura Urbana.
No facebook do Coletivo Nacional de Agricultura estão disponíveis várias fotos e mais informações sobre o encontro.
Acompanhe também as postagens da Articulação Nacional de Agroecologia.