A exposição, montada com assessoria dos técnicos do Cepagro Marcos José de Abreu, Julio Maestri e Alexandre Cordeiro, é uma das novidades da 10ª Jornada Catarinense de Tecnologia Educacional, evento promovido pelo Sesc/SC nesta segunda e terça (29 e 30 de abril). Um dos intuitos da instalação, segundo o Coordenador Educacional do Sesc Valdemir Klamt, é levar o conhecimento sobre o manejo de resíduos orgânicos a cidades que ainda não possuem um pátio de compostagem.

A mostra contém hortas verticais e horizontais e dois modelos de composteira

A mostra contém hortas verticais e horizontais e dois modelos de composteira

A Mostra pode ser vista por todo o evento: em vários caixotes de madeira recolhidos no Ceasa estão plantados temperos, hortaliças e flores, dispostos em hortas horizontais ou verticais. No salão central, os monitores Julio Maestri e Alexandre Cordeiro fazem uma demonstração da Composteira Televisão, caixa com um lado de vidro em que é possível ver as várias camadas de uma leira de compostagem, além de identificar as diferentes fases do processo de decomposição. Alexandre afirma que esta montagem é uma importante ferramenta pedagógica em trabalhos de educação ambiental. “E pode ser feita também em garrafas PET”, completa Julio. Outro dispositivo de tratamento de resíduos orgânicos é a Super R3, uma composteira residencial e adequada para apartamentos, também desenvolvida no Cepagro. Três tambores plásticos empilhados funcionam como uma leira vertical e recolhem o líquido resultante do processo. Depois de 20 a 25 dias, o material da Super R3 já pode ser depositado na terra, sem gerar mau cheiro nem atrair moscas.

A Super R3 é um modelo de composteira residencial adequado para apartamentos

A Super R3 é um modelo de composteira residencial adequado para apartamentos

O Cepagro é parceiro do programa de compostagem do Sesc há um ano, quando a entidade começou a fazer o tratamento dos restos orgânicos com a assessoria de monitoras da Revolução dos Baldinhos. Atualmente, as sobras dos restaurantes de Blumenau, Lages e Florianópolis são compostados ao invés de serem coletados pelas empresas municipais, ação que atende à nova legislação brasileira de resíduos sólidos. Só o pátio da Capital recebe diariamente cerca de uma tonelada de material, que vira adubo para a jardinagem da instituição ou para doações. De acordo com Klamt, o Sesc pretende abrir mais quatro pátios ainda neste ano.

Além de uma solução para um contingente significativo de resíduos, a compostagem faz parte do programa de educação complementar do Sesc/SC, em que um dos eixos são os estudos ambientais. A Mostra é uma forma de difundir este conhecimento: assim como os visitantes têm a oportunidade de entender como é feito o adubo, também podem levar sacos de composto para casa.  “Este é um processo de sustentabilidade que sai do paradigma de dar palestras ou pequenas oficinas demonstrativas para fazer ações na prática, que possam ser multiplicadas nas cidades e nas escolas usando o conceito de tecnologia social, que tem uma consonância muito grande com a política de atuação do Sesc”, explica Klamt. Ele afirma que a exposição será itinerante, sendo levada a 25 cidades catarinenses nos próximos quatro anos. As primeiras paradas serão em Brusque, Laguna, Tijucas e Rio do Sul, durante os meses de maio, julho, setembro e outubro. Outra iniciativa para a divulgação destes saberes é a publicação de dois livros, um sobre Compostagem e outro sobre Hortas Escolares, que serão distribuídos gratuitamente.