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Visita ao Sítio Saraquá, em Águas Mornas (SC)


Se “comer é um ato político”, faz parte desta ação política a escolha consciente dos nossos alimentos. Buscando conscientizar e sensibilizar o público urbano para o consumo de alimentos agroecológicos, o Projeto Misereor em Rede vem promovendo a aproximação entre as duas pontas – consumidorxs e agricultorxs – das cadeias de comercialização agroecológica. Através de visitas a campo, consumidorxs conhecem propriedades agroecológicas e conversam com agricultorxs, passando a entender mais sobre a sazonalidade dos alimentos, os desafios de produção e logística e a importância de buscar produtorxs que estejam mais próximxs às suas residências. Neste mês, o projeto articulou essas vivências em Florianópolis e Águas Mornas.
WhatsApp Image 2018-08-20 at 19.14.28No sábado passado, 18 de agosto, um grupo de consumidores se reuniu com agricultores do Sítio Florbela (localizado no Sertão do Ribeirão), buscando mobilizar um grupo para receber cestas de alimentos agroecológicos no Sul da Ilha.  “Refletimos sobre como essa proximidade entre  produtorxs e consumidorxs é positiva do ponto de vista do frescor do alimento também”, avalia Erika Sagae, da equipe do projeto. No domingo, já no Sítio Florbela, a reunião do grupo Ilha Meiembipe da Rede Ecovida de Agroecologia teve a participação de consumidorxs mobilizadxs pelo projeto. Além de fortalecer o debate sobre a participação de consumidorxs na Rede Ecovida, a atividade serviu também para o grupo perceber demandas e oportunidades de divulgação de sua produção.
No outro sábado, 25 de agosto, a equipe Cepagro/Misereor em Rede levou um grupo de consumidores e consumidoras para conhecer o Sítio Saraquá, em Águas Mornas. A propriedade é certificada pela Rede Ecovida de Agroecologia e cultivada pelos agricultores Tânea Mara e Vítor Follmann, do grupo Harmonia da Terra. Eles fornecem semanalmente alimentos agroecológicos para grupos de Comunidades que Sustentam a Agricultura (CSA), uma proposta de comercialização que compartilha custos e responsabilidades da produção entre agricultorxs e consumidorxs.
A ideia da Comunidade que Sustenta a Agricultura, surgida na Alemanha nos anos 1920 e chegada a Florianópolis em 2016, é que haja uma planilha aberta de custos de produção, que são compartilhados entre consumidores e produtores. O planejamento de produção é feito de acordo com a sazonalidade dos alimentos, a gestão administrativa e financeira do empreendimento é toda compartilhada e cada membro paga uma cota mensal dos custos de produção, que vão de R$ 130 a R$ 200 por mês (dependendo dos alimentos comprados). Custos de mão de obra, transporte, logística e até um fundo para emergências são divididos entre todxs. Tânea e Vítor, do Sítio Saraquá, entregam semanalmente 32 cestas agroecológicas (a capacidade de produção deles é para até 40 cestas).
Além de diminuir a presença de atravessadores, a articulação entre consumidores e produtores fortalece também o compromisso de quem compra com a produção.  Durante a visita ao Sítio Saraquá, o grupo da cidade pode conversar sobre estes e outros temas com os agricultores. “Os consumidores também fizeram várias perguntas também sobre certificação participativa, como funciona, quais são as dificuldades. Foi um momento bem interessante de intercâmbio e aproximação entre consumidores e produtor, importante pra entendermos os desafios que os agricultores têm pra levar alimento até a cidade”, avalia Erika Sagae. Na caminhada pelo Sítio, o grupo pôde ver a Agroecologia sendo cultivada na prática, com muita diversidade de alimentos e técnicas de manejo agrícola sustentáveis.