Representantes de associações de bairro, coletivos de agricultura urbana, de organizações não governamentais, do poder público municipal, estadual e federal, além de acadêmicos e curiosos por conhecer a Rede estiveram presentes na primeira reunião da Rede Semear Floripa de Agricultura Urbana em 2019. O encontro aconteceu no Hotel SESC Cacupé, na tarde da última quarta-feira, 10 de abril, e discutiu principalmente as perspectivas para a atuação da Rede em 2019.
O encontro iniciou com uma apresentação da experiência em Agricultura Urbana realizada pelo SESC Cacupé, que conta com um pátio de compostagem, uma horta e um viveiro. Ali os resíduos orgânicos gerados no restaurante são transformados em adubo para a horta, que possui fim didático. No espaço, está sendo desenvolvido ainda experimentos com aquecimento de água a partir energia gerada nas leiras de compostagem, além de trabalho com agrofloresta e abelhas nativas.

Depois da ambientação, o grupo seguiu para o Engenho de Farinha do SESC, onde a enfermeira da Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde e gestora do Programa Municipal de Agricultura Urbana Francisca Daussy e a Vice-Presidenta do Cepagro Erika Sagae fizeram uma apresentação da Rede Semear para aqueles que estavam na reunião pela primeira vez. Francisca lembrou que desde o início, a Rede tem como foco articular os diversos setores que debatem agricultura urbana para que juntos pautem políticas públicas no tema.
A Rede Semear é aberta e permite a participação de pessoas e instituições. Ela é composta por diferentes setores da prefeitura municipal, desde a saúde até a educação e assistência social. Na reunião desta terça-feira, estiveram presentes representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Secretaria de Saúde, Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram), Laboratório de Educação do Campo e Estudos da Reforma Agrária (LECERA), Epagri, Sloow Food, Quinta das Plantas, Departamento de Alimentação Escolar da Prefeitura Municipal de Florianópolis, SESC, Conselho Comunitário da Costa de Dentro, Pousada Rosemary Dream e gabinete do Vereador Marquito.
Além de conversar sobre as perspectivas para 2019, a Rede também fez um balanço do IV Encontro Municipal de Agricultura Urbana de Florianópolis, que aconteceu em novembro do ano passado. Mais uma vez o encontro se mostrou um espaço de discussão muito positivo para a AU na capital e para o fortalecimento da Rede Semear e resultou na construção coletiva da Carta Política do IV Encontro, que ainda será divulgada ao público.
Falou-se sobre os avanços da Rede no último ano, como a criação do Programa Municipal de Agricultura Urbana (Decreto 17.688/2017) e a aprovação da Política Municipal de Agroecologia e Produção Orgânica de Florianópolis (PL 10.392/2018), projeto de lei elaborado junto ao mandato do vereador Marcos José de Abreu, o Marquito. Outras conquistas são a presença de hortas em 35 centros de saúde e o aumento do número de hortas comunitárias pelos bairros de Florianópolis.
Essas hortas que vão surgindo demandam estrutura e assistência do poder público e é nesse sentido que caminham os desafios da Rede Semear para a Agricultura Urbana. Eugênio Luiz Gonçalves, membro do Conselho Comunitário da Costa de Dentro e do Conselho de Saneamento Básico, esteve presente na reunião. Ele falou de algumas dificuldades enfrentadas pela Horta Comunitária do bairro e sobre a necessidade de apoio institucional na distribuição dos alimentos colhidos para entidades carentes, apoio na realização de uma feira local e formação para os agricultores urbanos, ações que fortaleceriam o trabalho local.
As ferramentas existem e as ações em Agricultura Urbana estão acontecendo, mas a falta de recurso dificulta o trabalho. Para planejar as ações práticas para o ano de 2019, a Rede Semear voltará a se reunir no final de abril.  Antes de encerrar a reunião, Erika Sagae lembrou do IV Encontro Latinoamericano de Agricultura Urbana e Periurbana – ELAUP, que acontecerá em Florianópolis entre os dias 6 e 8 de novembro. 
O Encontro é um espaço acadêmico para professores, pesquisadores e gestores públicos e de projetos na América Latina e no Caribe apresentarem suas pesquisas, as experiências em andamento e discutirem os aportes teóricos e metodológicos provenientes das ciências sociais, econômicas e ambientais. A participação dos agricultores urbanos neste encontro é muito importante, por isso haverá isenção de taxa de inscrição para estes.
A tarde terminou com um café e troca de mudas e sementes.