Reunir pessoas, organizações e empresas que buscam transformar realidades: esse foi o objetivo do Festival Global de Inovação Social, que aconteceu no domingo passado, 14 de abril. O Cepagro participou do evento apresentando a compostagem, com um stand de tira-dúvidas e uma oficina.  O Festival foi promovido pela Impact Hub Floripa, uma comunidade de empreendedores/as que trabalham coletiva e colaborativamente para desenvolver ações inovadoras de impacto social.
A proposta do Cepagro de apresentar a compostagem aos/às participantes se encaixou com os objetivos do evento, que buscou diminuir sua pegada ecológica. Enquanto no stand vieram várias pessoas que não tinham muito conhecimento do processo de compostagem, na oficina pipocaram perguntas de quem já havia iniciado algum processo de compostagem ou tinha interesse no assunto.

“A forma como lidamos com os resíduos orgânicos os torna vilões. Vilões do cheiro ruim ou da sujeira”, disse o agrônomo Júlio César Maestri, da equipe Cepagro que facilitou a oficina. A separação da fração orgânica na fonte é o primeiro passo para transformar o problema dos resíduos em solução. “E a compostagem nada mais é que criar uma casa para as bactérias que vão transformar o resíduo em adubo”, explicou Júlio.
O que pode ir ou não na composteira, qual a diferença entre composteira e minhocário e os diferentes modelos de compostagem foram algumas das questões mais discutidas durante a oficina. Os 60 minutos de duração foram curtos para tirar todas as dúvidas e ainda fazer a prática de montagem da leira de compostagem, mas serviram para despertar o interesse dos/as participantes.
Uma delas foi a bióloga Renata Correia, moradora do Rio Vermelho. “Já tentei fazer minhocário e não deu certo. Ainda estou enterrando meus resíduos orgânicos. A oficina serviu para solucionar dúvidas e me deu suporte para iniciar a compostagem”, diz Renata. “Quero implantar uma agrofloresta no meu terreno”, completa.
O Festival reuniu cerca de 1.400 pessoas. A abertura contou com a participação da jornalista e vlogueira Jout Jout, que abriu sua fala chamando atenção para o privilégio – principalmente de pessoas brancas e de classe média – de ficar distraído/a da situação política. “Alguns têm o privilégio de conseguir se distrair e não prestar atenção na política, porque não vai mudar muito a sua vida”, disse. Contrastando com a maioria branca da platéia, no palco de abertura do evento estavam mais mulheres negras para falar sobre iniciativas práticas de enfrentamento ao racismo, transformação digital e discussão sobre privilégios da branquitude.
Uma foi a produtora cultural Vitorí Barreiros, CEO da start-up Expressionismo Preto, que criou um robô chamado Dandara para identificar e denunciar práticas de racismo em redes sociais, começando pelo Twitter. Luana Génot (falando na foto), diretora do Instituto Identidades do Brasil, falou sobre a campanha Sim à Igualdade Racial, que tem o objetivo de reduzir a desigualdade racial no mercado de trabalho brasileiro. Ela falou também sobre “ocupar espaços com mulheres e mães”, fazendo consonância com Talita Matos, gerente de comunidade do Impact Hub Floripa, que ressaltou a diferença em eventos e organizações com grande participação feminina.