Na última quinta-feira, 6 de junho, o Cepagro realizou um minicurso de compostagem para graduandos e pós-graduandos da Universidade Federal de Santa Catarina. O minicurso facilitado pela agrônoma do Cepagro, Aline de Assis, integrou a disciplina de Planejamento urbano e conservação ambiental do Programa de Pós-Graduação do departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFSC, ministrada pela professora Soraya Nor.
O minicurso foi dividido em dois momentos: uma parte teórica, onde Aline de Assis apresentou os diferentes modelos de compostagem e falou sobre os decretos e leis existentes que estabelecem normas para a gestão de resíduos orgânicos em Florianópolis. E a parte prática, onde as/os estudantes construíram uma composteira no método UFSC de compostagem.
Para mostrar o potencial urbano da gestão de resíduos, Aline trouxe alguns exemplos de trabalhos que o Cepagro vem realizando em São Paulo. Hoje, a metrópole conta com cinco pátios de compostagem assessorados por nossa equipe. Juntos, os pátios recebem resíduos orgânicos de 152 feiras, o que corresponde a 17% das feiras da capital. Além dos pátios, também existe a possibilidade de trabalhar a gestão comunitária de resíduos urbanos, como foi feito em alguns empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida.
Em seguida, Aline apresentou dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento que demonstram que em 2017 o Brasil produziu cerca de 60,6 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (produzidos por domicílios, restaurantes, feiras e podas urbanas). Em Florianópolis são cerca de 209.318 toneladas/ano, sendo que pelo menos 50% desse montante é orgânico e, portanto, passíveis de compostagem.
Segundo Aline, a capital catarinense já conta com políticas e programas que estabelecem incentivos para a gestão de resíduos orgânicos, como a Política Municipal de Coleta Seletiva de Resíduos Sólidos, o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, o Programa Municipal de Agricultura Urbana e o Programa Florianópolis Capital Lixo Zero. No entanto, a não obrigatoriedade da compostagem dificulta a efetivação desses decretos, diz Aline.
Ao longo da sua disciplina, a professora Soraya Nor abordou a agricultura urbana e compostagem como maneiras de transformar a lógica de planejamento urbano, privilegiando os circuitos curtos e aproveitando os espaços vazios existentes no município. “A gente começou a entrar no planejamento urbano quando fomos chamados pela prefeitura de Florianópolis para lidar com os espaços vazios da cidade”, contou a professora sobre a temática da disciplina. O minicurso foi a aula de encerramento da disciplina e, segundo ela, foi muito proveitoso e complementou muito bem o que vinha sendo tratado na disciplina.
Antes de ir para a prática, Aline ainda explicou os diferentes métodos de compostagem e apresentou o método UFSC, que pode ser utilizado em pequena, média e grande escala. Utilizando apenas composto, palha e serragem, “o método possui baixo custo de implantação, não dá cheiro e gera composto com potencial para a agricultura”, explica a agrônoma.
Durante a construção coletiva da composteira, ao lado do pavilhinho do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFSC, as/os graduandas/os e pós-graduandas/s aproveitaram para tirar as dúvidas restantes.