Na última semana, os sextos e sétimos anos dos Centros Educacionais Municipais (CEM) Santa Terezinha e Professora Amélia Inácia de Medeiros Ludwig tiveram aulas de Ciências bem diferentes. Eles/as trocaram a sala de aula pelo pátio da escola, onde instalaram composteiras que, a partir de agora, vão transformar os resíduos orgânicos gerados na alimentação escolar em composto para a horta pedagógica. A gestão de resíduos é o primeiro eixo trabalhado no projeto Educando e Transformando com a Horta em São José , que por meio do apoio e patrocínio do Instituto MRV, vai trabalhar a educação ambiental e alimentar nesses dois centros de ensino e também na Escola do Mar Flavia Scarpelli Leite, até o final de 2023.

Meninos e meninas mexendo com as mãos em um monte de palha que serve de estrutura para a composteira.

Durante a atividade, que aconteceu no dia 18 de maio, os estudantes puderam compreender na prática o que é e como funciona a compostagem termofílica, que utiliza como matéria prima serragem e palha, além é claro dos resíduos orgânicos, que no caso das escolas veio dos restos de alimentos da merenda. O projeto trabalha diretamente com cinco turmas das três escolas, mas já está ecoando em toda a comunidade escolar.

No início de maio, os alunos do projeto promoveram a Semana De Conscientização sobre a Compostagem e passaram de sala em sala explicando o que são resíduos orgânicos e por que separá-los. A preparação do conteúdo foi feita durante as aulas de Português e Ciências, trabalhando tanto linguagens e oralidade quanto temas relacionados ao ciclo do alimento. Só na escola Amélia Inácia M. Ludwig, os alunos do 7º ano conversaram com outras nove salas, totalizando 270 estudantes. No Santa Terezinha, a sensibilização começou com a galerinha do 1º ano, que topou colocar as cascas e restos de frutas na bombona azul.

Grupo de alunas em frente da sala de aula segurando um cartaz rosa e falando para uma sala de aula cheia de alunos.
Foto de uma bombona de lixo azul com um adesivo escrito "orgânicos", instalada no refeitório da escola

E assim a destinação correta dos resíduos vai se tornando um hábito nas escolas e entrando no cotidiano, não somente das crianças e adolescentes, mas também dos/as professores/as, cozinheiras, equipe da direção e até pais e mães, que são convidados a separar os restos de alimentos de casa para compostar na escola.

Além de colocar este tema em debate na escola, o projeto – com a horta e a composteira – traz novas possibilidades para abordar temas que já estão na base do currículo escolar. O professor Moisés Ubiratã Schmitz Nunes, que leciona ciências no CEM Prof. Amélia conta que o Reino Fungi é um dos conteúdos abordados com o 7º ano, e nesse caso a composteira será uma ferramenta excelente para aprender sobre esse assunto na prática. Já que a escola não possui um laboratório de ciências, a ideia é que a horta e a composteira sejam espaços de experimentação e aprendizagem.

Um menino e uma menina jogam os resíduos da bombona azul na composteira.
Dois meninos lado a lado no pátio da escola. Um deles escreve em um caderno.
Menina segura uma centopeia na mão

Para além dos muros da escola

Além das atividades com os alunos, o projeto também prevê ações que envolvam a comunidade no entorno das escolas, sendo que cada uma delas elegerá um tema a ser trabalhado. No CEM Prof. Amélia Inácia M. Ludwig, o tema escolhido foi justamente a Gestão de Resíduos. Na última semana, os educadores do Cepagro, Karina Smania de Lorenzi e Henrique Martini Romano,  aproveitaram a visita para combinar os próximos passos dessa ação com a diretora Juliana Prudêncio.

“Eu acredito muito na escola como um espaço de conscientização, não só dos alunos. Independente de eu estar aqui ou não como diretora no ano que vem, essa conscientização sobre a gestão dos resíduos é algo que eu gostaria de deixar, e já me incluindo nisso também, eu também tenho muito o que aprender”, conta Juliana.

O projeto Educando e Transformando com a Horta em São José conta com o apoio e patrocínio do Instituto MRV.

Alunos em roda no pátio da escola.
Karina e um aluno seguram uma bombona de lixo azul cheia de cascas de alimentos na frente da sala. Ao lado deles está o educador Henrique.
Karina conversa com um aluno no pátio da escola enquanto ele anota coisas em seu caderno.